quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Phi Phi (Landmark)

Encontrei meus pais e estamos em Koh Phi Phi

em 2000, quando eu vi o filme "A Praia" prometi ir ao lugar antes dos 30 anos.

Com 22, cumpri a meta com ligeira facilidade...

sem mais por enquanto....

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Bungy Nepal (video drops)



UHUUUUUUUUUU!

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Quatro dias entre o céu e a terra (ABC Trek)

Ok, já falei que Pokhara, a cidadezinha do lago, é muito massa várias e várias vezes... deve ser por isso que eu acabei ficando aqui tanto tempo. Aí deu até tempo dos companheiros atromelados Sósia e Playboy chegarem à cidade!

Então, logo após eu dar oi e o inesperado tchau pro Bunito eu estava denovo com amigos do Brasil! Foi massa o re-encontro, já que a gente não se via desde que levei esses dois ao aeroporto em Pensacola saindo dos EUA, e como tava todo mundo simplesmente viajando o mundo, muita água tinha passado por baixo das pontes, e tinha muita coisa o que falar. Os caras tavam vindo de Chitwan, um parque nacional do Nepal, onde tinha sido atacados por um elefante! Disseram que o guia de repente apareceu correndo e gritando: "Run for your life!!" e o elefante enorme vindo correndo, gritando e derrubando as árvores pela frente, siniiiistro! hahaha O Playboy falou que ficou pensando que se ele fosse uma velhinha que não pudesse correr ele teria morrido com certeza!

Aí fomos celebrar à moda brasileira: cerveja no bar. Papo vai, papo vem, passamos dois dias em Pokhara, quando eles tentaram, sem muito sucesso eu devo dizer, aprender a andar de moto pra viajar no Vietnã... subimos umas montanhas aqui perto e resolvemos ir fazer a caminhada!!

Como a gente é do ITA, tudo tem que ser pra última hora. Cagamos pro guia que tínhamos arrumado quando a gente encontrou 5 holandesas que estavam indo fazer a trilha sozinhas. Compramos um mapa, resolvemos que teríamos no máximo 4 dias, e acabou que a única trilha possível nesse tempo era a mesma que as muié iriam fazer... será por que?

Então lá pra meia noite do dia antes eu e Sósia compramos umas capas de chuva, sacamos dinheiro e somente às 6 da manha do dia de partida fomos tirar a licença para a caminhada. No escritório do governo tirando a licença ainda encontramos as holandesas mais uma vez, e já adianto, foi, pra mim, pelo menos até agora, a última vez que as vi.

Antes que me chamem de veado tcho explicar: pegamos um carro até Nayapul, a cidade onde começa parque nacional de Annapurna. Aí fomos indo devagar pra trilha e certamente a gente encontrava as muié denovo Mááás...

quem tá acompanhando a viagem já percebeu que normalmente eu faço planos só pra chegar na hora H e mandar eles pro alto. Aconteceu mais uma vez. Chegamos numa encruzilhada onde se for pra um lado nego sobe pras montanhas de neve, num passeio de 7 a 10 dias, e pro outro segue pra trilha de 4 até umas fontes de água quente meio zerolas... A gente virou pro lado da trilha de 4 dias, andamos 2 minutos e eu falei... "Pô, dá mó vontade de ir pro outro lado..." Aí, o Sósia respondeu: "Dá memo... vamo?" E aí a gente voltou, pegou umas informações e decidimos ir pro outro lado! O Playboy não animou nem a pau, então rasgamos o mapa que tínhamos, ele ficou com a parte de 4 dias e a gente com a outra. Despedimos eu e o Sósia do Playboy e começamos a aventura!

10 minutos depois a gente já tava no meio do nada andando pelos Himalaias. A trilha começa muito suave, planinha, só cortando o vale, e então fomos puxando o ritmo. O Sósia tinha um voo marcado, então teriamos de ir o mais rápido possível. Quando começou a subida, que só iria parar mais de 3.500 - TRÊS MIL E QUINHENTOS - metros acima, a gente desacelerou, mas ainda chegamos à primeira vila onde pretendíamos dormir por volta das 3 da tarde, e concordamos que era muito cedo para parar a caminhada se a gente queria andar rápido, e resolvemos então seguir até a segunda cidade, fazendo a caminhada de 2 dias em 1 só! A gente resolveu isso numa mesa conversando com uma galera e tinha um gringo que achou a gente maluco e quase implorou pra gente não ir... mas não tinha jeito, a decisão tava tomada, e ele teve de desejar aquele "boa sorte" meio que dizendo: "depois num vem chorar pra cima de mim" hahahah

Pra que!!! O Próximo trecho era uma desgraça!! A gente ia descer tudo que tinha subido, atravessar um rio lá em baixo, e depois subir tudo de novo e mais um pouco!! Descemos o mais rápido que podíamos pois depois de comer, começamos a caminhar o segundo trecho por volta das 4 da tarde, então teríamos muito pouco tempo de sol! Atravessamos a merda do rio e começamos a subir uma parede cabulosa com uns degraus mais toscos que eu já vi na vida! Rapidinho caiu a noite e começou a festa...

Aí que a gente lembrou que ninguém tinha uma lanterna! Ou seja, a gente tinha ainda umas 2 ou 3 horas de caminhada no escuro sem luz nenhuma!! A única luz que a gente arrumou foi a do monitor da máquina de tirar foto, e a gente ia andando igual umas lesmas de vez em quando agachando pra luz poder alcançar o chão! Fora as encruzilhadas, que nem eram muitas, mas que numa situação dessas já te deixam maluco! Toda hora aparecia uma cachueira cruzando a trila e a gente tinha que pular de pedra em pedra, sem luz nenhuma, numa situação lamentável... E pra completar tava chovendo, ou seja, foi uma situação muito agradável...

Chegou num ponto que a gente resolveu parar assim que encontrasse uma casa pra ficar, seja onde fosse... achamos a tal casa com a ajuda de uma velhinha que tinha uma lanterna pior que a "nossa", mas que liderou a gente por umas plantações de arroz até um albergue. Os donos não estavam, e a vila acordou meio horrorizada com os malucos chegando por volta das 8 da noite! A velhinha buscou a filha do dono e ela nos fez um Yakisoba que foi um dos melhores que eu já comi na vida... a fome é certamente o melhor tempero que qualquer cozinheiro pode utilizar...

Só no outro dia a gente percebeu que tínhamos alcançado o nosso objetivo! A primeira casa que encontramos depois que decidimos parar foi exatamente a vila em que a gente queria chegar! Beleza, a gente já tinha ganhado um dia!! Aí começamos denovo por volta das 8:30 a andar até bem perto do topo da trilha. O trecho era mais uma vez uma merda, descer tudo, atravessar um rio, subir tudo denovo... depois devia vir uma parte mais ou menos plana, e depois começar a escalada final, que era menos íngreme mas muito longa.

Nesse dia a gente tava muito motivado com o sucesso do dia anterior e andamos muito rápido. Acho que ninguém passou a gente, e a gente ia engolindo os grupos que apareciam na nossa frente! Acabou que chegamos na meta de parada denovo mais cedo do que pensávamos - a gente chegou a fazer trechos na metade do tempo indicado - e então resolvemos seguir mais um pouco. Aí paramos por volta das 6, deixando só 3 horas pra alcançar o topo no dia seguinte!

Foda que na vila que a gente chegou tava tudo lotado e acabamos dormindo num estábulo de burrinhos!! Eles tiraram os burrinhos e colocaram camas de madeira e um colchãozinho maiado... não tinha nenhuma luz, só uma velinha fraca demais... pelo menos eles arrumaram um balde de água quente pra cada um tomar banho, já que como a gente parou às 8 da noite no dia anterior, ninguém tinha tomado banho, e depois de andar 2 dias a gente fedia tanto que só percebemos o mal cheiro do estábulo depois que a gente tomou banho, pq antes o nosso cheiro era mais forte que o cheiro de merda do quarto, e esse cheiro não era fraco não...

Aí acordamos às 9 do terceiro dia de subida pra cumprir mais 3 horas até o topo. O céu tava azul perfeito e a caminhada foi fácil demais! Deu pra ver direitinho quando a gente deixou o vale e se enfiou pra dentro das montanhas seguindo pra neve! Antes da gente chegar o tempo fechou, e sem sol a temperatura ficava melhor pra andar, aí eu saí igual uma bala e deixei o Sósia pra tras... nós dois estávamos mortos já, mas era preciso chegar cedo dessa vez, pra garantir um quarto decente, pois iríamos passar quase que um dia inteiro acampados no topo. Felizmente deu certo... tivemos que dividir com uns franceses - um deles fumava em média 10 cigaros de hashishe por dia - mas foi de boas.

À noite as nuvens colaboraram e mostraram pra gente onde a gente tinha se metido... a neve começava logo ali, dentro do alcançe a menos de 10 minutos subindo um pouco mais. Deu pra tirar algumas fotos e viajar no lugar, mas o melhor mesmo ficaria pra o outro dia de manhã, no nascer do sol.

Só que quando a gente levantou, às 5:30 da matina, num frio do caralho, e abrimos a porta, recebemos uma bela duma neblina que não deixava ver nem a casa em frente à nossa! Eita felicidade que eu senti nesse momento! A gente já tava planejando ganhar mais um dia na descida e então teríamos de sair o mais rápido possível... mas as núvens começaram a abrir então ficamos até às 8:30, e valeu a pena demais! Foram as paisagens mais dramáticas que eu já vi! Tudo muito íngreme, cheio de neve em pleno verão, os raios do sol cavando buraquinhos entre as núvens dando aquele contraste bonito... o visual era sinistro!

Mas era hora de descer... fomos conversando e resolvemos que iríamos era descer tudo em 1 dia só!! Então, depois de esquentar um pouco andando, começamos a descer é correndo mesmo! O trecho ajudava pois era uma decidinha suave, e a gente ia passando de vila em vila como se não fosse nada... demorou 2 horas pra subir, era meia hora pra descer... aí fomos avançando e avançando, mas chegou num ponto que ficou claro que teríamos de andar de novo durante a noite.

Isso não desmotivou a gente e continuamos. Encontramos um caminho alternativo que cortava um dos sobe e desces cabulosos de atravessar o rio, e fomos seguindo. Tínhamos uma lanterna dessa vez, mas ela era uma merda, e quando a noite chegou, nos diziam que estávamos ainda a 3 a 5 horas do final. Fomos seguindo o máximo que aguentávamos, mas a trilha era muito apertada pois não era a principal, então não era muito utilizada, e não estávamos avançando nada... a cada passo meu joelho direito parecia que ia explodir, e o Sósia reclamava de dores nos dois tornozelos, então mais uma vez resolvemos parar na próxima vila que encontrássemos, rezando pra gente não demorar muito pra encontrar ela...

Aí achamos uma... dessa vez tinha até chuveiro com água aquecida... depois de tirar umas 5 sanguesugas dos pés de cada um, comemos uma pizza e jogamos a toalha... completaríamos a trilha no outro dia. Devo confessar que essa foi a derrota mais agradável da minha vida hahaha. Esqueci de dizer que choveu praticamente todo o dia enquanto a gente descia, e estávamos imundos! Matar a fome, tomar um banho e descançar as pernas e acima de tudo descançar a cabeça - administrar sofrimento físico é um enorme trabalho intelectual - cobria de longe a frustração de não ter conseguido cumprir a meta...

Mas, tudo é bão... acordamos cedinho, adamos umas 3 horas e chegamos... em Pokhara o Sósia descobriu que podia ainda pegar um busão e alcançar o avião a tempo, e partiu no mesmo dia pra Nove Delhi, pra uma maratona de 32 horas de viagem num busão na Ásia... RAÇA GAROTO!!

Então fiquei denovo sozinho... amanhã vou pra Kathmandu pular o Bungee Jump, e dia 19 Bangkok!

Enfim, a trilha foi doida demais!! A paisagem é um absurdo, pra todo lado tem pelo menos 5 cachoeiras a vista, aquela neblina de montanha, os raios do sol, o vale mais íncrime que já vi... o topo então é sem condição! E foi bom pra me recuperar da derrota de 2004 em Coquequirao no Peru, quando dei PT e tive de comprar um burinho pra cumprir o último dia... valeu a pena demais!! Recomendo pra quem tiver disposição!

A trilha que fizemos chama ABC trek, Annapurna Base Camp, sendo que Annapurna é a 10 montanha mais alta do mundo, com 8082 metros, ou algo assim... a base fica a 4100, que não é o ponto mais alto em que já estive, mas como eu saí andando desde 800, foi a maior subida a pé de que já experimentei...

Agora eu vo ali tomar uma massagem!

abraços!



segunda-feira, 15 de outubro de 2007

De volta a Pokhara

Alo amigos do viajandao...
estou de volta a Pokhara, aquela cidade do lago bonito e das montanhas de neve. Mas so que nos ultimos dias eu resolvi dar um rolezinho pelos Himalaias... Numa reviravolta, o rolezinho virou um rolezao sinistro e subimos eu e o Sosia ate a base da decimo ponto mais alto do mundo! Foi cabuloso!!
Fico em Pokhara mais um dia e depois vo pra Kathmandu fazer um Bungee Jump de 160 metros! Uhu!!

Em breve um post mais completo - e felizmente nao muito grande - com as fotos bonitas mais faceis que eu ja tirei na vida. Basicamente aponta pra qualquer lado e aperta o botao que a foto fica boa.

Abracos!!

sábado, 6 de outubro de 2007

Delhi-Agra-Varanasi

Ok, vou enfim contar como foram os últimos dias na Índia, e finalizar o que rolou no país, afinal de contas, another month another boarder, e eu já estou no Nepal.

Voltando do curso de meditação em direção à Delhi eu tava bem desanimado... eu queria ter ficado naquela paz por mais um tempão antes de sair de novo pro caos que é a India, mesmo sendo Daramsala um ponto dos mais calmos que eu vi. Mas tinha já combinado de encontrar o Bunito, então comprei logo a passagem e embarquei.

Agora eu não tava mais sozinho e devo confessar que de viajar sozinho vc fica bastante mimado consigo mesmo. Ter que explicar o que eu queria fazer pra mais uma pessoa e mais que isso ter que conciliar as vontades se torna um saco... e olha que era praticamente exatamente os mesmos planos... mas enfim, sem problemas conseguimos concordar em ir pra Agra, passar uma noite lá, depois de ver o Taj Mahal já embarcar no mesmo dia pra Varanasi, depois de ficar lá uma noite, embarcar pra Sonali e ir pra Pokhara no Nepal.

Fizemos isso pela primeira vez através de um "pacote". O Bunito tava ainda horrorizado com a India e eu não tava também muito afim de ficar enfrentando fila pra comprar passagem, indo de hotel em hotel pra achar um bom, e então fechamos com uma agência "governamental" de turismo. O preço nem foi tão caro pq os hotéis eram bem bons, mas em geral eu acho que não vale a pena... é melhor ir na cara e na coragem que vc economiza mais e fica mais exposto aos prós e contras do acaso, que no final das contas é o mais legal de tudo.

Aí fomos ver o Taj Mahal e nem isso me animava... eu só queria ficar de bobeira sem fazer nada filosofando... mas só de ver aquela cupula branca no horizonte pela janela do hotel pela primeira vez já me deu um gás. Chegando lá é realmente sensacional o negócio. Sem dúvida uma das construções mais bonitas que eu vi na vida...

Mááás, qualquer beleza por mais linda que seja tá sempre muito subjulgada ao poder que ela tem de bater dentro de cada um e dar aquele sentimento bom, legal... tipo um casal que se ama olha um pra cara do outro e por mais feio que seja eles podem continuar olhando o tempo que quiserem. O Taj Mahal não teve essa força em mim... nem de perto. Era realmente fabuloso e vc olhava aquela coisa enorme tudo de mármore na sua frente e os jardins ao lado bem bonitos, com mesquitas enormes completando a cena, tudo lindo, mas não sei... talvez pq tava lotado e num tinha um segundo sem ouvir um berro, talvez pq sei lá mesmo, não foi marcante o suficiente pra chamar aquilo de uma das 7 maravilhas do mundo. Já estive em inúmeros lugares que me impressionaram muito mais, aqui na Índia mesmo, as cavernas de Ajanta, formavam um complexo que como um todo eu achei bem mais legal que o complexo do Taj Mahal. Eu percebi isso só depois, olhando as fotos e relembrando... na hora eu achei tudo muito legal, mas saindo do complexo já tava meio "desapontado".

Mas isso deve ser de cada um pra cada um e eu obviamente recomendo a visita. Num tem nada de simples, é na verdade magnífico, mas ficou faltando aquele algo mais... por exemplo quem já foi pra Machu Picchu e sentiu a vibe sabe do que eu to falando... nem precisa ir tão longe... pensa em qualquer mirante no meio de uma montanha na costa, onde de repente a gente ve o mar... pensa na cachoeira do tabuleiro... pensa na vista da guanabara de cima do cristo redentor...

Beleza, vamo pra Varanasi, a cidade do Ganges, onde queimam os corpos na beira do rio. Só um PEQUENO problema: no trem, eu e o Bunito capotamos na noite e passaram a mão na mochila dele e levaram tudo: laptop com menos de 1 mes de uso, celular, iPod, carteira com um pouco de dinheiro e os preciosos cartões, e pior de tudo, o passaporte. A gente tava pra sair do país em 2 dias e ele perdeu o passaporte. Nem precisa falar como ele ficou puto! Deu uma problemada do caralho, veio a polícia mais incompetente que um pau mole na hora H, e ficou claro que num tinha jeito: teríamos que voltar pra Delhi e ir pra embaixada pegar outro passaporte. Nessa hora eu percebi também o quanto é incrível a capacidade das pessoas de se comunicarem, e como é desesperador quando a gente não consegue ser compreendido e esquece de tentar compreender. O delegado não falava inglês, o Bunito tava em choque... ficava um gritando palavras soltas pro outro ninguém entendendo nada, a situação não indo pra lugar nenhum... lembrei de um filme que quando eu vi odiei, Babel, e dei um pouco mais de crédito pra ele...

Depois de um monte de telefonema, fomos dormir de saco cheio ainda, e chegou o dilema. O Bunito não queria ir pro Nepal depois de voltar pra Delhi, pq não queria passar o perrengue de 3 pra ir e mais 3 dias dentro de busão e trem pra voltar... mas eu não tava afim de pular o Nepal nem fudeno, e então resolvemos separar. A gente encontrou uma francesinha que deixou a mochila dela cair do trem e tava na mesma situação que o Bunito, então eles dois voltariam juntos e o fabito ia ter alguém pra bater papo pelo menos, então decidi ir mesmo pro Nepal e encontrar o Fabito de novo do outro lado, no sudeste da Ásia, no Laos ou Thailandia.

Aí compramos os bilhetes e fomos passear na cidade. Demos de cara com uns becos sinistros, e a gente não conseguia achar o rio de jeito nenhum, e ninguém entendia nada que a gente falava... mas se falasse "Gangaaa" com um sotaque esquisito nego entendia o que vc queria e te apontava o "caminho" até vc se perder denovo na próxima encruzilhada, que ficava uns 10 passos na frente. O mais bizarro é que quando vc chega é só um rio feio pa caralho sem nada demais, e cada vez que vc chega mais perto o fedor é mais forte. Fede tanto que vc pode respirar pela boca que vc sente do mesmo jeito... é de dar náuseas.

Mas caminhando pelos portos na beira do rio vc fica mais calmo do que estava nos becos e se torna interessante. O povo jogando criquet por exemplo: toda hora a bolinha sai voado pra água e alguém tem que nadar naquela porcaria pra ir buscar. Teve uma hora que a gente tava meio parado e um moleque começou a gritar pra gente, aí a gente olhou e ele tava meio que mandando a gente sair da frente. Porque? Tinha uma vaca caminhando em nossa direção e a gente tinha que sair da frente pra ela não ter que desviar... eita nóis...

Falar em vacas, hoje eu recebi um email do Playboy, que tá em Varanasi agora, e contou um caso incrível! Algo mais ou menos assim:

"quase esqueci, mas outra dica muito importante eh sempre olhar para cima quando estiverem andando por becos ou ruelas, pois ontem uma vaca caiu do telhado do nosso hotel e se espatifou no chao!!!!! e tao logo ela acabou de agonizar, jogaram a bixona diretamente no rio! no mesmo q eles jogam os cadaveres e cinzas das pessoas mortas, que eles se banham e bebem agua........."

Aí dobrando uma esquininha eu vejo um monte de tora de madeira... um cara cortando mais e mais madeira, e percebo uma fumacinha no ar. Rapidinho vc percebe que estão fazendo cremações. Deu pra perceber que se a gente descesse uma escadinha ia dar pra ver direito o que tava rolando, e então a gente foi.

Nu, a cena é muito forte. Tinha umas 5 a 10 "fogueiras" a 5 metros da gente. Eles pedem pra não tirar fotos, então eu respeitei e na verdade nem precisa. De bater o olho a imagem já gruda na mente e não tem como apagar mais. Lembro direitinho do que vi... é muito estranho... eles fazem uma fogueira bem do tipo das festas juninas do Brasil e o corpo não fica em cima, mas sim no meio. Tem madeira em baixo e em cima dele também, então ele fica bem no meio das chamas. Tem um pano por cima do corpo, mas dá pra ver nitidamente os contornos, e rapidinho queima o pano e se pode ver até as feições se desmanchando. Lembro que o que estava mais perto da gente tinha a cabeça um pouco deitada para trás e a boca aberta numa pose quase de alívio meio que dizendo "arhhhh" naquele som gutural. Isso porque eu olhei por 2 segundos antes de vir essa imagem na minha cabeça... saímos e contornamos, mas pensei que se alguma coisa me provocava tanto eu tinha que alimentar ela e "estudar" o que eu tava sentindo, então resolvi descer de novo... aí fiquei olhando a cena por um minuto talvez, vendo como o povo ao lado está completamente normal, quase apático, ninguém aparenta estar triste... como pouco a pouco uma nova fogueira ia acendendo, e como ia sendo consumido o corpo daquele que eu tinha olhado primeiro. Algumas pessoas, de cabeça raspada e com um terceiro olho bem grande no meio da testa, vestidas com panos brancos tipo o Gandhi, ficavam próximas, alimentando as chamas com uma gosma amarela. A pessoa vinha com um pincel e passava um tipo de gordura na face, nos pés, e na madeira ao redor do tronco do corpo e ligeiramente as chamas iam avançando. Nossa, muito forte... de escrever eu já fico de cara com a imagem que vem na minha cabeça...

Quem já cuidou de uma foguira sabe que chega um momento em que a madeira cede e a estrutura da fogueira vem abaixo. O fogo continua o mesmo, mas a fogueira caiu. Imagina essa cena quando tem um corpo dentro da fogueira. (vcs estão arrepiados? imagina eu?)

Só não pude ver o final da cerimonia, quando jogam as cinzas e os restos no rio...

e também veio o Sósia depois e falou no email sobre o passeio de barco no rio:

"Ah, e eh limpinho esse tal de ganges eh???? Acabamos de dar uma volta de barquim lah, e vimos o corpo de uma criana boiando.... :S"

Isso é porque tem alguns critérios que fazem com que o corpo não possa ser cremado... os exemplos que me falaram foi uma mulher grávida ou uma morte por picada de cobra, mas não sei o quanto é verdade a informação, mas o fato é que todo mundo ve corpos boiando na água...

Ok, chega... o Bunito tinha que ir embora e eu já tinha alimentado minha angústia o suficiente pra tentar confrontá-la e ser derrotado, então resolvemos ir embora. Pegamos um taxi, fomos pro hotel onde estavam nossas malas e ali me despedi do Bunito.

Tem um detalhe no hotel. O Bunito estava evitando de gastar qualquer centavo por causa do roubo, e falou no hotel que não tinha um puto sequer, contando toda a estória. Aí o gerente do hotel deu pra ele internet de graça, fax pro Brasil e ainda arrumou 3 sanduíches muito bons pra gente. Era um hotel 5 estrelas, o Radisson Varanasi. E mais, no outro dia um outro gerente, sabendo da situação quando viemos deixar as malas falou que não podia dar cafe da manha já que não éramos hóspedes, mas que não queria que o Bunito ficasse com uma imagem negativa da India e deu pra ele 1000 rúpias! Isso são mais que 20 dólares! Num país probre como a Índia é não tem nem que comentar que era certamente muito pro cara, que nem era "gereeeente" mesmo, era tipo um conselheiro pros turistas. O Bunito fico de cara e aí a gente escreveu uma carta pra direção elogiando muito o serviço do pessoal da frente do hotel... era a única coisa que a gente podia fazer pra agradecer a atenção impagável que a gente recebeu.

Então me despedi do Bunito na porta do hotel onde fiquei por mais umas duas horas esperando a hora do meu trem, pra não ter que ir pra ferroviária ficar aguentando os mosquitos e o fedor e o barulho hehehe

Trem de umas 7 horas india time, umas 10 no tempo real, sem ar condicionado e com a maior quantidade de moscas e grilos que já vi na vida... pela manhã estava na fronteira.

Tenho que dizer que meter o carimbo de saída e atravessar a fronteira em direção ao Nepal foi um alívio enorme. A Índia foi uma experiência bizarra. No finalzinho eu estava começando a vislumbrar que o povo pode mesmo viver em condição que a gente julga como das piores possíveis e achar bom... nem pensando em religião, só de viver um tempo vc ve como é possível calejar contra tudo... aí vem, é claro, religião, costumes, tradições, contrastes... ladrões, caloteiros, mendigos... um mundo a parte... saía pro Nepal sem nem saber como era, mas no benefício da dúvida já era muito bom... pra quem vai pra Índia: 1-paciência, 2-mais paciência, 3- esforça o bom humor... A Índia que a gente imagina, Shiva, os deuses, as roupas coloridas, existe, mas é muito mais bonita na nossa cabeça do que quando a gente chega lá...

Aí, pra completar a farra, atravessei a fronteira e já tomei 3 ceverjas Carlsberg, minha favorita, na garrafa de 600 ml!! uhu!! que saudade!! Na índia é difícil de achar cerveja!! Aí mudei de idéia e fui pra Kathmandu, onde passei 2 dias dedicados a relaxar o espírito depois de uma semana de correria após 10 dias de lentidão total... passeei muito pouco, tomei mais umas cervejas, troquei idéia com o pessoal do hotel. Comprei minha passagem pra Thailandia e, como a gente não pode ficar parado, vim pra Pokhara...

Depois de uma viagem alucinante pelos himalaias, olhando pra baixo sem nem poder ver o fundo do buraco, cheguei, vi um lago verdinho, os raios do sol escondido atrás das nuvens refletindo na água, paragliders colorindo o céu e montanhas de neve no horizonte... era tudo que eu precisava... alguma coisa em que é preciso procurar pra achar defeito, e não o contrário... passei só um dia aqui, então deixo uma descrição mais completa pro próximo post...

agora são 15 dias no Nepal... treking, paraglider ou rafting!? TODOS!!

Reli o texto e vi que começou pra ser Delhi Agra e Varanasi, mas ficou mais Agra e Varanasi e um pouco da fronteira... isso é uma evidência de que Delhi é realmente um saco... hehehehehe

E foi mal aê galera... não to conseguindo fazer um post com um tamanho razoável... é drops ou um texto enorme!! ;)

Abaixo, fotos do que se passou, e algumas também do curso de meditação!





quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Em Kathmandu (drops)

Entao...
 
encontrei o Bunito em Delhi, fomos pro Taj Mahal e pra Varanasi e estavamos a caminho de Pkhara, no Nepal...
 
MAS, roubaram a mochila do Bunito no trem e ele perdeu tudo!! Laptop, celular cartoes e passaporte, ou seja, num tinha como sair do pais!
 
Ele teria de voltar pra Delhi pra ir na embaixada tirar outro passaporte... eu tava animando de ir com ele, mas ele nao queria ir pro Nepal depois de voltar pra Delhi ja que ta procurando uma praia e quer fugir da zona que e o sub-continente, mas eu num tava afim de abrir mao do Nepal...
 
Entao resolvemos que eu seguia pro Nepal, ele voltava pra Delhi e tirava o passaporte, e a gente via como se encontrar no Laos ou Thailandia.
 
Espero que tudo corra bem com ele em Delhi e que a genet se econtre denovo em breve!
 
Cheguei na fronteira encontrei um povo do meu curso de meditacao e eles iam pra Kathmandu. Meu destino era Pokhara, mas falaram que Kathmandu era massa e o bao era caminhar de Kathmandu ate Pokhara, entao joguei denovo os planos pelos ares e vim pra Kathmandu.
 
Depois eu coloco um post sobre os ultimos dias da India, fotos do Taj e tudo mais...
 
por enquanto e so!